Coisa de Mãe

Quebrando tabus

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João Marcelo nunca usou uma chupeta na vida. Uma mamadeira, muito menos. Sempre tive horror a tudo que pudesse atrapalhar a amamentação e, segundo os especialistas, esses são os dois principais vilões. Sempre me orgulhei do fato de João Marcelo nunca ter precisado usar nem a chupeta nem a mamadeira. A gente até ofereceu a chupeta numa fase em que ele estava muito estressado devido à alergia, que ainda não tínhamos diagnosticado. Mas oferecemos sem convicção, torcendo para que ele não pegasse. Ele não pegou. Cuspia a bendita chupeta, para nosso delírio. Depois que tivemos que liberar o uso da chupeta com Valentina, entendi que os filhos são mesmo diferentes. Quando digo “tivemos que liberar o uso da chupeta” quero dizer que não tivemos mesmo alternativa. A necessidade de sucção da pequena é enorme e, depois de uma mastite, quinze dias de tratamento de um fungo e mais dez dias de antibiótico para debelar o aparecimento de um furúnculo (tudo isso no peito), tenho sido obrigada a poupar meus seios ou daqui a pouco não poderei mais amamentar. Como não posso sequer imaginar essa possibilidade, a chupeta foi a solução. Eu sei que alguns falam bem da chupeta. “Deixa a menina viver a fase oral dela, é importante!”, dizem. Pois bem, Valentina está vivendo sua fase oral intensamente. E o tabu foi quebrado aqui em casa. Mas, João Marcelo, que introjetou bem nossa animosidade em relação à chupeta, passa por Valentina, quando ela está no auge da sucção, e diz: “Cospe isso, Valentina!” Sugere que ela faça exatamente o que ele fazia quando bebê. Mas, como já constatei, eles são diferentes, e ela continua sugando a chupeta com prazer, indiferente ao conselho do irmão mais velho.

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