Minha irmã é madrinha de batismo do meu filho, de dois anos e meio. Eu sou madrinha do filho dela, de seis anos. Ela mora na Espanha (também é blogueira, http://espanhadeperto.blogspot.com), mas está passando as férias de julho aqui no Recife, hospedada no apartamento vizinho ao meu que, não por acaso, é a residência da minha mãe. A coisa começou a se complicar depois que meu filhote resolveu imitar tudo, mas tuuuuudo que o primo faz. Iago, o primo, é o ídolo de João Marcelo, e quem tem criança deve imaginar aonde essa idolatria pode chegar. Eles vivem entre tapas e beijos, literalmente. Abraços e, daqui a pouco, uma briga fenomenal. João Marcelo não se intimida com o tamanho do primo. Parte pra confusão. Temos que estar freqüentemente administrando. Há umas situações, porém, que são engraçadas. Como eu disse, João Marcelo é a sombra de Iago. Imita o primo mesmo. A última dele foi começar a me chamar de madrinha e minha irmã, de mãe. Exatamente como o primo faz. Com a maior naturalidade, lá vinha ele, puxando minha saia: “Madrinha, posso ver filme com Iago?” Ou então, chamar minha irmã: “Mamãe!” Eu aparecia, e ele respondia: “Não é tu, não, é mamãe!” Pode? Mas o melhor de tudo foi o primo tentar fazê-lo entender que eu não era madrinha dele, nem minha irmã era mãe. “Entenda, João Marcelo. Você não pode querer fazer tudo que eu faço. Sua mãe é minha madrinha. Minha mãe é sua madrinha. Então, sua mãe é sua mãe e sua madrinha é sua madrinha. Entendeu?” A resposta foi lacônica: “Entendi.” Depois, com um sorriso de quem tinha realmente entendido, ele gritou: “Mamãe Cristina!” Na realidade, Cristina é o nome da madrinha dele. O nome da mãe dele é Christianne. Entendeu?
